Um dos maiores desafios com que nos temos deparado nestes último ano tem que ver com a entrada abrupta das novas formas de relacionamento casa adentro. A verdade é que a internet, as redes sociais e a tecnologia já faziam parte do nosso dia-a-dia e que as tecnologias são o caminho para o futuro, mas este rápido crescimento, que levou todos e todas de forma indiscriminada, conduziu a uma profunda reflexão e a uma necessidade de se saber mais, de se compreender o porquê, para que estejamos prontos para auxiliar as nossas crianças e adolescentes.
O que era expectável ter acontecido num par de anos, aconteceu de um dia para o outro sem que estivéssemos preparados, quer do ponto de vista tecnológico, quer mental. Os dados foram perentórios a afirmar/confirmar essa mudança/necessidade. Por exemplo, algumas estatísticas mostraram-nos que os vídeos aumentaram em 200%, assim como galopámos na senda tecnológica. O que era esperado acontecer daqui as uns anos, vimo-nos obrigados a acelerar para conseguir viver…
Fomos levados para casa, mas o trabalho também para lá foi, seguiu-se a escola, as festas de aniversário, os convívios com os familiares, os jantares com os amigos, tudo passou a ser online, e esta ferramenta foi extremamente útil e versátil, mas rapidamente se começaram a sentir dificuldades, pois não estávamos preparados para esta “invasão” e substituição de rotinas. Começou a ser frequente, no discurso de muitos pais, que não estavam a conseguir acompanhar/frenar certos ímpetos dos filhos, certas atitudes, certos desafios, certas conversações. A desfasagem entre conteúdos/conhecimentos/linguagem digital não pode ser um fosso, temos que investir na literacia digital para que sejamos capazes de acompanhar os constantes desafios.
A Internet é um mundo, que saibamos viver neste mundo da melhor forma, que os desafios que coloca às crianças e adolescentes sejam sempre acompanhados pelo adulto de referência. Há relacionamentos amorosos online? Há vícios online? Há roubos online? Há ódio online? Há perigo à espreita? Sim, sim, sim, sim e sim. O que fazer? Impedir o uso? Será a melhor solução? Claro que não, agora educar para uma visão mais consciente, para um uso responsável e para uma circulação mais saudável, esse sim, é o caminho.
Identidade Digital, Encriptação, IP, Pegada Digital, Fake News, Cyberbullying, Stalking, Sexting, Discurso do Ódio e por aí fora… são conceitos que devemos saber e transmitir.
Por uma internet mais seguro e por um relacionamento mais saudável.